quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

A arte como expressão do mundo exterior do artista

Monet

A arte é sempre criação, mesmo quando se julga imitar a natureza ou a vida moral e social. Porque criar é sempre reestruturar materiais, ideias, linguagens que se encontram já à nossa disposição. A arte é sempre criação não porque parta do nada, mas porque actualiza o que estava em potência.
Para Aristóteles a arte é imitação, pois a arte é em parte imitação do que é, mas há na natureza coisas que não estão acabadas nem foram levadas a bom fim. A arte acaba o que a natureza não teve tempo nem gosto de acabar. A arte rivaliza com a natureza. Todas as artes são artes de imitação. A arte e o homem são indissociáveis. Não há arte sem homem, mas talvez não haja homem sem arte. Através dela, o homem exprime-se mais completamente, compreende-se e realiza-se melhor.
Porque é que a arte é uma necessidade? A arte é uma função essencial do homem, indispensável ao indivíduo ao indivíduo como às sociedades. A arte começa no momento em que o homem cria, para representar ou para exprimir. A arte aproxima-se de uma impressão.
A arte não é só expressão do mundo exterior, ela é também forma de comunicação. A arte fixa o modo imediato, emotivo, modelos de comportamento, projectos de vida. A comunicação faz parte da essência de toda a actividade social do homem a começar pela produção em geral e pela produção artística em particular.
A produção artística orienta a vida do artista, por meio do objecto artístico procura orientar toda a acção dos homens em função de modelos, horizontes de sentido. A arte não pode dissociar-se do mundo natural e do mundo social.O artista não pode visar o mundo exterior sem arrastar com ele a revelação do seu mundo interior. Não pode aspirar a mostrar o seu mundo interior sem passar pelo intermediário dos aspectos do mundo exterior. O mundo natural só interessa ao artista como ponto de partida, como pretexto para dar livre curso às suas emoções.

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