quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

O espectador

Klimt


Mas a obra de arte uma vez constituída, fica liberta das amarras que a une ao criador. Ela fica a fazer parte de um mundo físico , valendo por si. As intenções que presidiram à sua criação podem não ser captadas pelo espectador que perante ela se situa. A obra de arte sobrecarrega-se das significações próprias de quem contempla, pelo que a sua interpretação se afasta muitas das vezes daquilo que o artista quis comunicar.
O sujeito que contempla faz uma leitura da obra de arte, construindo uma estrutura inteligível que lhe permite perceber o que vê, o que ouve, o que percepciona. A captação racional daquilo que se observa dá-nos uma imagem que tende para a objectividade, por se conformar às determinações do objecto em questão. O comportamento estético implica que possamos a partir de imagens construir renovadas configurações do real.
É pela imaginação que criador e espectador se afastam do real dado e se evadem por esferas em que as representações adquirem caracteres que se vão distanciando do mundo natural, entrando num mundo totalmente livre.



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